PRODUÇÃO

Em uma definição formal, a linha é a ligação de dois ou mais pontos. Mas este traçado, aparentemente simples, esconde diversos significados, desde um caminho a ser percorrido até a fronteira de um espaço. Foi na busca por outras interpretações que o conceito desta exposição, Linhas de Fuga, gestou-se. Ao mesmo tempo em que as linhas reúnem pontos distintos - os artistas, os trabalhos e o público - elas também traçam perspectivas, escapes e realidades. Em determinados momentos, elas podem ser retas e cortantes; já em outros instantes, são sinuosas e escorregadias.
Os pontos, neste caso, as obras, lugares de convergência e pensamento, estendem-se uns aos outros criando sentidos diversos, atraindo e formando novas conexões, delineando novas rotas por onde fugir. Em muitos casos, as obras expostas e a realidade a que nos desvelam, tocam nas nossas feridas e nas nossas lutas contemporâneas. Em outros momentos, nos acolhem em leves devaneios e acalantos poéticos. Ao visitar a exposição, o espectador não irá encontrar um percurso predeterminado - caberá a ele conectar esses pontos, traçando assim sua própria linha de fuga. O simples ato de percorrer a exposição, mesmo que de forma virtual, deixa um rastro, um desenho rizomático. Não existe uma direção predeterminada - as associações são múltiplas e fluidas.
Todavia, pensando sobre esse conjunto plural de obras, nós da curadoria e do educativo reunimos quatro grandes conceitos operativos como trilhas possíveis. Ao longo do site/exposição elas estão indicadas pelas seguintes cores: Impermanência / Deslocamento; Cotidiano / Corpo; Movimento / Vestígio; Palavra / Cartografia. Assim, convidamos vocês à exploração e à formação de suas próprias Linhas de Fuga.

A exposição Linhas de fuga é parte da IX edição do evento Coletivo em Artes Visuais (CoMA), organizado bienalmente pelo corpo discente da Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília (PPGAV-UnB) e apoiado pela coordenação e corpo docente do Departamento de Artes Visuais (VIS).